Arquivo | agosto, 2012

Vencer a discussão ou entrar em acordo?

7 ago

 

É preciso definir bem os objetivos para que se consiga uma comunicação eficaz no relacionamento familiar. A primeira definição que precisa acontecer é: estou aberto para encontrar uma solução mutuamente satisfatória ou estou determinado a provar que meu ponto de vista é o correto e deve prevalecer a qualquer custo?

A primeira opção é, claramente, a melhor.  Sabemos, no entanto, que nem sempre estamos com a motivação correta quando vamos conversar. Muitas e muitas vezes estamos mais interessados em vencer, em provar que estamos certos e que o outro está errado do que em resolver as questões.

Chegamos até a saborear uma vitória momentânea, algumas vezes. Entretanto, o custo é muito alto para a relação. A amizade e a intimidade vão sendo minados a cada vez que colocamos em segundo plano os interesses do outro na resolução de problemas. 

É importante dialogar com a motivação correta, desejando soluções que sejam melhores para os dois. A atitude deve ser de coração e mente abertos para perceber as necessidades, os temores e as expectativas do outro. Significa valorizar o que o parceiro tem para dizer, as emoções que deseja manifestar e as idéias que cultiva sobre uma relação madura e saudável.

Se você não está bitolado e obcecado com a importância de vencer uma discussão, há grandes chances de chegarem a um acordo sempre que conversarem. Há algumas posturas que precisam ser adotadas para que se estabeleça uma conversa útil em família:

1. Estamos juntos, formando uma equipe: a atitude deve ser de cooperação e não de competição. Há um problema a ser resolvido e os dois desejam a solução. Não qualquer solução, mas aquela que seja boa para todos e para a relação. O problema é externo à relação devendo ser tratado e resolvido. Cuidado para não achar que o problema é o cônjuge! Quando isto acontece  o ataque passa a ser dirigido contra o outro,  gerando mágoas, injustiças e muita insegurança.

2. Numa equipe todos são importantes: valorize o seu parceiro. A cooperação será mais eficiente quando houver valorização das qualidades e compreensão com as limitações do outro. Concentre-se no que há de bom na personalidade e no caráter do parceiro, elogie, lembre de situações em que as habilidades do outro foram decisivas para o bem estar da família.

3. Cuidado com as palavras: nada mais difícil para se estabelecer uma comunicação eficaz do que a utilização de palavras agressivas, chulas ou grosseiras. Gritos e ameaças inibem a transparência e estimulam a defesa e a resposta em mesma intensidade. Outro cuidado é com comentários sarcásticos. Não acredito que você pensa assim, é muita burrice! ou Vai, vai, para de falar besteira…

4. Estimule e edifique o outro: em vez de usar as palavras para diminuir, humilhar, agredir ou ironizar o seu parceiro, concentre-se em somente falar palavras que edifiquem, que valorizem, que motivem e que fortaleçam o relacionamento. Quanto mais um respeitar e apoiar o outro mais sedimentada vai estar a relação.

Se o casal decidir adotar uma postura positiva diante dos conflitos estará investindo para que o relacionamento seja saudável e o ambiente familiar agradável de se viver. Os quatro cuidados relacionados acima permitem que haja maior confiança entre os cônjuges e, em conseqüência, haja mais transparência. Assim, os problemas são tratados com sinceridade e não há medo de se expor ou de ser humilhado.

O resultado é que há maior possibilidade de se estabelecer uma comunicação eficaz, permitindo que os dias sejam mais calmos e a intimidade mais intensa e gostosa.

Lúcio César Menezes